1. |
CLAREIA
04:01
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Clareia
É dia de te encontrar
Desejo
Te ver passar
De longe
Escuto o seu batucar
Te quero
Me guia o seu cheiro pelo ar
Mas meu faro cego segue sem rumar
Querendo nos seus braços desaguar
Vem cá meu bem, meu Rei, meu Baobá
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2. |
TEMPO DE VENDAVAL
03:57
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Que música toca o vento
Quando as folhas dançam?
Que música toca o vento
pra fazer dançar as folhas?
Invento o arremesso
Canto para plantar
Vento ao que virá
Quando existir é ser
Trovoada em tempo de vendaval
Que música toca o vento
Quando as folhas dançam?
Que música toca o vento
pra fazer dançar as folhas?
Invento o arremesso
Miro ao céu
Finco a terra
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3. |
DESPERTAR
03:28
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Luz de prata guia
Meu farol,
Você
Nessa travessia
Gira o sol,
Te ver
Rumo ao seu templo
Vento leste guiará
Fim deste tormento
Tece a pressa de chegar
O destino incerto me carrega pelas mãos
Volto a despedir pra despertar
Relativo o tempo que adormece outras manhãs
Passos sem pensar na escuridão
Volto, sigo e acerto a direção
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4. |
ÂMAGO
04:20
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Ando a pé por essa terra
Encontro na estrada a Negra Serra
E o ribeirão enfim deságua em meu olhar
Mina que mata a sede, ipê, jacarandá
E firmo o meu lugar
Pra não mais esquecer que a vida é sonho, imaginar
que o peito acalma aqui
Vejo a imensidão
Meu âmago a buscar
O tempo em minhas mãos
Planto gestos de menino
Com a chuva que cai mansa
E a noite densa que avança
Na manhã que rompe o dia
Filho que tece a rede me faz acreditar
Que o tempo é mestre rei
Se faz com sonho e brisa o meu berço em seu quintal
E vejo despertar
Nessa imensidão
Meu âmago a buscar
O tempo em minhas mãos
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5. |
SERENA
04:04
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Ouve a voz que rima
sono e correnteza
tudo que nos resta
em cima dessa mesa
nus
a sós
seus pés
meus nós
Dedos que cochicham
fio de certeza
tece o próprio fio
a luz que a luz corteja
dentro de mim
o gesto
os nãos
o fim
faço desvendar
tic tac meu peito
vento, assombração
se tudo que é vivo
canta e dança
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6. |
A LÔ
03:59
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Amarro meu peito num poste apagado
de lado um pedaço de gente
vejo por dentro, me olho de costas
prudente, semente, doente
o homem que mata é o homem que mente
o homem que cata é que sente
vidro de carro arrebenta e cai diferente
sai de repente
bico de pomba me esquece
de noite amanhece durante o assunto
a casa tá cheia de gente por todos os cantos
de plantas e santos
a boca ta cheia de dente
mandando um alô para toda essa gente
o índio se esconde no meio do mato
no pé da palmeira chorando a madeira
todos caminham sempre o mesmo passo cansado
sem beijo e abraço
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7. |
PARTO
03:33
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Ouro na romã
Aves alaranjando no beiral
Hálito recendendo a temporal
Hora temporã
Águas intumescidas no lençol
Halo de lua nova den’do sol
Música de mirar
Despencando sobre a telha-vã
Lágrimas na cumeeira e na cunhã
Dando-me ao luzeiro da manhã
Horizonte de encandear
As cem mil retinas que sou eu
Que arregala o meu peito
Para o mundo que recém-nasceu
Oração pagã
Árvores soletrando seu missal
Verbo na boca do manancial
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8. |
MIRAGEM
04:31
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Tudo ou nada que eu vivi ficou
A estrada acabou ou o tempo parou
Aqui
Eu já não sei
Hoje ventou, mas o barco ancorou
A tarde choveu, mas a folha murchou
Que foi? Que aconteceu?
Agora eu já não sei mais
Deixa quieto tanto faz
Custa nada te dizer, de nada
Coração teu segredo é miragem
Teu desejo é mistério
Não quero te deixar mal
Você sempre foi legal
Chega hora em que o verão acaba
Coração teu segredo é miragem
Teu desejo é mistério
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9. |
ILUSÃO
03:41
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Nara Pinheiro MG, Brazil
Nara Pinheiro is a Brazilian musician and composer, born in Minas Gerais. Your music refers to the aesthetics of music from Minas Gerais, where songs and instrumental themes blend harmoniously, resulting in a stylistically varied sound that flirts from alternative rock to new MPB, from contemporary indie to Jazz. ... more
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